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As leis da natureza, umas mais precisas que outras, por força de várias circunstâncias, que não põem em dúvida o perfeito mérito do criador, fazendo pela sua observação que a mente de forma automática formule as seguintes questões:
1. É lógico o pensamento de que as leis não são casuais, mas fruto de um legislador?
2. Estudando a ditas leis, é possível afirmar que o legislador é pessoa serena, equilibrada e racional, que segue um modelo pré-determinado?
3. Qual a razão que leva o legislador continuamente a criar leis?
4. Qual a razão pela qual Deus atribui à sua obra dimensões compreensíveis apenas ao pensamento (de alguns), e não aos sentidos?
5. Qual a razão pela qual a obra está em contínua expansão?
6. Qual a razão da existência de entidades astronómicas que transformam a energia em luz, e esta em matéria e vice-versa, projectando-a em todas as direcções?
7. Qual a razão pela qual só existe vida num corpo celeste e não nos demais corpos astrais (ao estado da ciência actual)?
8. Qual a razão pela qual a natureza tem por hábito abandonar os seres ineptos a vencer as dificuldades da existência, e favorece os aptos, obrigando-as a superar provas sempre mais difíceis?
9. Qual a razão pela qual o ser humano não usa a totalidade cerebral? (A maioria creio que nem 1/100) Talvez a parte não usada para funções que presentemente se desconhecem e são insuspeitas?
10. Qual a razão pela qual a criação é um produto da razão superior ou de um sentimento?
11. Qual a razão pela qual o conhecimento e a sua aplicação não são gratuitos. O ser humano adquire-os com sacrifício e dispêndio de energia intelectual.
12. Qual a razão do ser humano pelo qual o ser humano é inteligente, criativo, volitivo, cujo espírito tem escalas infinitas de sensibilidade numa realidade deserta, vasta, que limita com o Nada absoluto?
A Mente continuava única e solitária no Nada e na Eternidade. Existia, pois, sem um fim.
Nela fluíam pensamentos: eram novos, repensados, contrapostos, modificados, tecidos como fios de linho para formar uma tela inútil.
Num momento da sequência reflexiva, suspeitou que a repetição de temas abstractos poderia causar-lhe morbidez.
Então, dirigiu a atenção para fora de si.
Não encontrou nenhuma realidade, e sofreu uma dor intensa.
Consolou-se. Libertou a percepção aguda e a mente voltou a afirmar que tinha constatado o Nada.
O Nada é ilimitado: adianta-se ao nosso comportamento.
O Nada é insensível: não reage à acção.
O Nada é inexpressivo: não tem aparência.
O Nada é omnipresente: envolve-nos.
O Nada é nocivo: apaga os nossos pensamentos e não inspira novos.
Nós somos o centro do Nada.
Assim, a Mente criou o Nada, caracterizando-o.
Seguiu-se longo silêncio intelectual...
Agora, o Nada tocava a Mente, penetrando-a, permeando-a, sufocando sentimentos e impulsos, alastrando-se na concepção mental da magnitude, estabelecendo, frequentemente, o seu domínio no refúgio da Mente, favorecendo uma atmosfera que causa patogenia psíquica.
Num instante a Mente tomou consciência do perigo, e dele distinguiu as causas: a inércia da razão e a inoperância das virtudes provocaram abulia e inactividade. Sofreu uma dor em todo o corpo físico, cáustica que queimava o contacto do Nada, aliviando-o.
A Mente examinou-se; possuía a razão única, a fantasia ilimitada, a potência inesgotável, vontade determinante, sabedoria de tudo que pode ser e habilidade para qualquer empresa.
Tudo estava em si, nada fora…